Duas décadas de mangá no continente europeu deixaram marcas indeléveis na produção e indústria local. Hoje, 40% da indústria de BD no continente tem o dedo dessa estética, que começou a partir da publicação de Akira, de Katsuhiro Otomo, e a partir daí, foi como uma bola de neve, nunca mais parou e foi crescendo. Não foi nem é uma moda, porque modas são coisas passageiras, efémeras: é uma realidade, concreta e sólida, que extrapolou os media em si e tornou-se um movimento cultural que ultrapassou as próprias origens, gerando iniciativas de produção ao redor do mundo – comparativamente, é o rock do traço, influenciando toda uma geração de jovens leitores e artistas. E com tudo isto, o Centre Belge de la Bande Dessinée, em Bruxelas, abriu uma exposição para comemorar as duas décadas de introdução e crescimento dessa estética de origem nipónica que hoje desperta iniciativas, reactiva mercados moribundos – quando não activa mercados inexistentes – e trouxe variedade de géneros para leitores afastados da BD.![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGX1hKD2EKv4XVaRh_xB316Hw1dwDHkf05Uj9fR9LA9M0GthFYIja-jqua72T7eHQ6KhFdSdZ2I0MQoXxi1Ca1E22Junft1NFnlZJQiMcCP7fShLNZW_8iWowB8IecfQz4ZKyeWTr5l0U/s320/Belgian+Comic+Strip+Center+Daniel+Fouss+009.jpg)
O Centre é um dos mais importantes espaços dedicados à BD em território Belga – e falamos de um país onde a BD é levada muito a sério. Será bom lembrar que muitas das grandes obras da BD europeia não são realmente francesas, mas belgas – como o famoso Tintin, de Hergé. A exposição contará com exibição de edições raras, documentos originais, reproduções de objectos e outros marcos da presença “mangática” nestes vinte anos.